14 junho 2023

Não elogie e dê a César o que é de César e a Deus o que é de Deus!


Quando alguém começa a falar conosco nos elogiando, logo intuímos que não vem coisa muito reta: “Mestre, sabemos que és verdadeiro e não dás preferência a ninguém, pois não consideras os homens pelas aparências, mas ensinas, de fato, o caminho de Deus” (Mc 12,14). Muitas palavras, muitas exaltações! Se for comigo, pergunto imediatamente: O que você está querendo?

Faça o seguinte: não elogie se não for para edificar a pessoa. É certo que alguém, por vezes, encontra-se meio debilitado, com certo complexo de inferioridade e outros problemas; neste caso, um elogio pode ajudar a levantar a pessoa de sua prostração. Outra coisa importante: não busque elogios para si, jamais! Muitas vezes, a gente pergunta algo sobre o que fizemos dizendo que é para saber onde melhorar e coisas semelhantes; frequentemente, quando nos examinamos, percebemos a vaidade oculta à procura de elogios, muitas vezes a mendigar elogios. 

Em princípio, nem as pessoas precisam de elogios, nem nós mesmos os necessitamos. Contudo, a sensibilidade para com as pessoas com as quais convivemos, pode, às vezes, fazer algum elogio. Também a necessidade de melhorar o próprio empreendimento, pode buscar a auto avaliação. Muito bem, porém sempre com a intenção reta: para a glória de Deus e para a salvação das pessoas, como dizem os jesuítas: Ad Maiorem Dei Gloriam!
A questão proposta era uma hábil cilada em que Jesus deveria cair: se dissesse que se devia pagar o tributo a Tibério César, ali estavam os «fariseus» para O desacreditarem perante o povo, pois apoiava o domínio romano, ao qual os fariseus se opunham tenazmente; se Jesus dissesse que não, ali tinha os «herodianos», que o iriam denunciar a Pilatos como rebelde e agitador do povo contra os Romanos, pois os partidários de Herodes apoiavam o domínio romano. 

“A moeda do tributo”. Era o denário, que tinha a efígie do imperador com a inscrição: “Tibério César, filho do divino Augusto”.. 
Jesus evita cair na armadilha, dando uma resposta que transcende a pergunta: a pergunta era política; a resposta é de ordem moral e religiosa e muito mais ampla. Se é certo que Jesus declara: «dai a César o que é de César», também é verdade que restringe imediatamente esta declaração, ao afirmar um princípio superior: «dai a Deus o que é de Deus”, ou seja, dai a César o que lhe pertence, mas não mais do que aquilo que lhe pertence, pois há direitos superiores e prioritários, os de Deus, a quem César tem de servir.

Caríssimos Irmãos e Irmãs,
São José de Anchieta, em sua adolescência diante dos seus estudos, em nada era prejudicado pela íntima e contínua união com Deus. O Espírito Santo que o dirigia em tudo, fazia-lhe compreender que a verdadeira piedade consiste em cumprir perfeitamente os deveres, de sorte que a alma continua unida a Deus até mesmo quando se ocupa de coisas que poderiam distraí-la.


Deus enriqueceu o jovem José de Anchieta com dons preciosos, não foi para ele tornar-se apenas um literário que brilhasse no mundo, mas porque desejava fazer dele um apóstolo, destinado a converter grande número de almas. O próprio Deus fez-se, pois, seu Mestre, ensinando-lhe, diretamente e no fundo do coração, lições de uma filosofia muito mais alta.

José de Anchieta sentiu de repente o espírito iluminado por uma extraordinária luz celeste, parecendo-lhe que um véu espesso era retirado de diante dos olhos. Concebeu por isso profundo desgosto pelas coisas da terra; compreendeu que Deus é o melhor dos senhores e que a liberdade consiste, sobretudo, em fugirmos ao jugo das nossas paixões e nos tornarmos senhores de nós mesmos, tomando sobre nós o jugo suave de Jesus Cristo.
No Brasil das missões apostólicas dos jesuítas, haviam dois tipos de missionários. Uns percorriam continuamente o litoral para manter na Fé e na Piedade os índios recém-batizados e reunidos nas vilas e aldeias, como também os europeus vindos ao Brasil a serviço do Rei ou por iniciativa própria. Padre Anchieta foi quem instituiu os dois gêneros de missões. Foi ele que, por seus exemplos e conselhos e por sua autoridade, lhes deu forma e regras; só Deus conhece as fadigas, os sofrimentos e os perigos que precisou suportar durante tantos anos de apostolado.  

Padre Anchieta estabeleceu, para as cristandades confiadas a seus cuidados, a ordenação que devia ser observada ao longo do dia. Ao romper da aurora começando com o  ngelus, Rosário e Missas seguida da explicação do catecismo. O dia encerrava nas missões às cinco horas da tarde, toda a população retornava para a Igreja e ouvia uma pregação sobre alguma outra verdade da Fé Católica. O dia era encerrado com uma procissão das crianças, que imploravam a misericórdia de Deus para as almas do purgatório.  
Padre Anchieta, procurava estabelecer a piedade nos corações, de modo a neles deitar profundas raízes. Tão bem o conseguiu que, até muito tempo depois de morto, ainda se reconheciam os sinais de sua passagem pelo fervor que reinava naquelas paragens, onde verdadeiramente se podia reencontrar o espírito dos primeiros cristãos, pois São josé de Anchieta soube já na adolescência dar a Deus o que lhe pertence e Deus fez dele um apóstolo, destinado a converter grande número de almas.

Que sejamos no hoje da História da Igreja apóstolos, para falarmos de Deus sem vaidade na Humildade que São José de Anchieta aprendeu da Virgem Maria, a Mãe de Deus, a Mãe Nossa, a Senhora das Dores!  

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