14 junho 2023

VOCAÇÃO EUCARISTICA: Viver com CRISTO, em CRISTO e como CRISTO!

Caríssimo Irmão no sacerdócio e amigo Padre Francisco de Assis, Pároco desta paróquia do Sagrado Coração de Jesus; Estimado Padre Cleberton, Vigário Paroquial! 


Irmãos e Irmãs, 

Precisamos comer a carne de Jesus para termos a vida de Deus em nós (Jo 6,51-58). Temos a carne de Jesus na Eucaristia. Permita recordar o que vocês sabem, pois foi bem ensinado pelo Pároco: no momento em que o sacerdote pronuncia as palavras da consagração sobre o pão e o vinho, esses elementos se convertem no Corpo e no Sangue adorável de Jesus Cristo. Depois da consagração já não há mais pão, há somente o Corpo de Cristo; não há mais vinho, mas tão somente o Sangue de Cristo. Junto com Jesus, se fazem presentes o Pai e o Espírito Santo porque onde está uma Pessoa da Santíssima Trindade estão as outras duas. Ao partir-se a hóstia, não partimos a Cristo, pois não se trata de uma presença física de Cristo, mas de uma presença misteriosa, que a teologia chama de presença substancial.

Somente se soubermos cuidar do Corpo Eucarístico do Senhor, cuidaremos da maneira que convém do Corpo Místico de Cristo, que é a Igreja, e dos nossos irmãos numa verdadeira fraternidade e solidariedade. Dediquemos ao culto eucarístico os nossos melhores esforços, os melhores ornamentos, os melhores cálices, os melhores cantos. Tudo para Deus!


Para cuidar do Corpo místico de Cristo, que é a Igreja, o próprio Jesus Cristo, faz um convite pessoal, íntimo (não intimista) que nos recorda, a todo momento, que o chamado e a resposta são pessoais. O número de operários na messe continua sendo menor do que deveria. Vivemos uma verdadeira crise na família, que afeta a Igreja como um todo! É a crise vocacional! 


Percebemos o chamado de Deus como Graça, uma presença divina que permanece ao nosso lado fazendo o coração arder e os nossos pés se colocam a caminho, juntos com a Igreja e na Igreja, para irmos longe.

Irmãos e irmãs, a vocação, na Igreja, é sempre entendida como um chamado a todos os batizados e está diretamente ligada à consciência para uma resposta (pessoal) que conduz à santidade. A Igreja é quem continua a missão de Cristo e nós membros deste corpo, somos chamados a sair para o serviço aos nossos irmãos numa verdadeira fraternidade e solidariedade. É a Vocação Universal à Santidade, um convite dirigido a todos, “quer pertençam à hierarquia (bispos, padres e Consagrados), quer sejam dirigidos por ela (Famílias: Pai, Mãe, Filhos, Netos)” (LG 39). 

Povo Santo de Deus de Laranjeiras, a vocação deve ser entendida como um dom – sermos santos – mas também como um compromisso: de “cooperar com a vontade divina, (Eis aqui a Serva do Senhor…) manifestando a todos, no próprio serviço diário a caridade com que Deus ama o mundo. Jovens! A vocação é dom, é graça. Esse dom que é recebido necessariamente precisa ser alimentado. E nutrimos a vocação com a Palavra, os Sacramentos, a Oração e o Serviço ao próximo. (Muitos Matrimônios terminam pois os casais não nutrem; muitos religiosos deixam a vida religiosa pois também não nutrem (alimentam); muitos sacerdotes abandonam o sacerdócio pois celebram o mistério eucarístico, sem dele nutrir a sua vida ou até mesmo por aparências externas)

A vocação é estabelecida no horizonte do mistério, no encontro com Deus. É um implica um relacionamento da pessoa com Deus. A partir da contemplação de Jesus Cristo, morto e ressuscitado, poderemos responder ao chamado de Amor que Deus nos fez ao nos chamar à vida, ao batismo, a uma vocação específica na Igreja, bem como nos chamados que nos faz no dia a dia de nossa existência, até que um dia possamos responder ao chamado final de nos unirmos a ele na eternidade. O chamado de Deus não pode mover nossa vida cristã ao presunçoso fechamento e auto centralidade.

Os Pais que tem a missão de formar uma família, tem sua paternidade e maternidade voltada para o próximo que são os seus filhos; O Sacerdote não se pertence, como diz o venerável Bispo Fulton Sheen. Por isso ele é Pastor para cuidar do rebanho que lhe é confiado, que também são seus filhos; Não pode um jovem querer ser padre, se o mesmo não é bom filho em relação com seus Pais, sabendo que muitas vezes, a maioria dos Pais desconhecem a preciosa missão confiada por Deus para com seus filhos! Ser Padre não resume-se a vestir uma batina, ou usar uma camisa de padre ou um outro tipo de veste especial que o destaca entre os demais para ser notado. Mas ser sacerdote é ser um outro Cristo, agindo na pessoa de Cristo e por Cristo.

O Amor nos lança a amar, nos coloca nos caminhos do Senhor, que não tendo onde repousar a cabeça (Mt 8,20), seguiu amando e servindo. 

Contudo, quantos jovens são resistentes para praticar o amor segundo as medidas do Bom Deus e criam diversas ambiguidades em seu agir? 

Quantos rapazes e moças namoram eternamente e enrolam (não sei se ele a ela ou ela a ele) para abraçar a vocação ao matrimônio? 

Já observaram que os jovens de ontem e de hoje, falam sempre em casar e não em celebrar o matrimônio? 

Pois o Matrimônio é um sacramento e uma grandiosa vocação! “A própria vocação, a própria liberdade são dons de Deus para a eternidade e o amor ao próximo”

Somente uma vocação alimentada pela intimidade com o Senhor, graça (vida Eucaristica, viver em Cristo) poderá se tornar uma resposta autêntica à humanidade que vagueia entre tantas incertezas e inseguranças. Mas, essa graça dificilmente será abraçada se vocês jovens aqui presentes ou senhores e senhoras estiverem presos em seus interesses pessoais, tantas vezes hedonistas e egocêntricos, o que os levará a não praticar de fato o cristianismo que declaramos acreditar e viver: “Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna”.

É o amor experimentado e alimentado pela íntima amizade com Cristo que dará ao chamado a possibilidade de testemunhar com a vida o que seus lábios proferem em discursos e súplicas.

Nós Padres, vocês Pais e Mães, os consagrados, fomos chamados pelo Senhor, não para anunciar a nós mesmos ou aquilo que pensam de tudo aquilo que ouviram por aí, mas fomos chamados a anunciar o Reino de Deus conforme o Senhor Jesus nos revelou e confiou à sua Igreja (Mt 28,19; Lc 24,46-48). 

Somos convocados à comunhão com a Igreja. Sem esta comunhão não há discipulado. A vocação a qual fomos chamados é fundamentalmente eclesial. A Igreja não é e jamais será, uma espécie de trampolim para homens e mulheres que, vivendo suas estradas pessoais de “ascensão na busca pelo divino”, procuram servir-se daquilo que a Igreja possa lhes oferecer para satisfazer seus interesses pessoais por Deus e pelas coisas dos céus. Que o digam os famosos padres das redes sociais ou os casais e até mesmo leigos que atraem para si a atenção que é devida a Cristo.

Para evitarmos que jovens abracem o matrimônio, a vida religiosa ou o sacerdócio no futuro de forma oportunista, fazendo um trampolim para sua ascensão, precisamos viver em nossas comunidades e nesta paróquia, o zelo pelos vocacionados. “O discípulo é alguém apaixonado por Cristo, a quem reconhece como o mestre que o conduz e acompanha” (DAp 277), por isso, também é chamado a acompanhar os que estão nesta peregrinação. Espero que o futuro sucessor do Padre Francisco nesta paróquia, seja um continuador do trabalho vocacional visível aos nossos olhos neste altar, e invisível aos meus mas presente nesta assembléia. É lamentável que os nossos irmãos padres que nos sucedem nas paróquias, tenham um projeto pessoal para apagar a história e a missão da Igreja para implantar os seus projetos pessoais, egocêntricos de Igreja, como se fosse um célula protestante! 

Irmãos e irmãs, 

Dediquemos ao culto eucarístico os nossos melhores esforços, os melhores ornamentos, os melhores cálices, os melhores cantos. Tudo para Deus!

Paroquianos, que vocês tenham uma novena profícua espiritualmente e um excelente Ano Vocacional, “com o encanto do Coração de Jesus que sempre deve reinar em nosso coração, para que o nosso coração seja semelhante ao dele, sob a proteção especial de Maria, a virgem do Rosário de Fátima, a Virgem que sabe ouvir que nos ensine a ouvir o Evangelho para nos alimentarmos da carne de Jesus na Eucaristia para termos a sua vida, alimento da peregrinação para a Vida eterna”.


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